Você já ouviu falar em doenças oculares do verão? Ainda estamos no fim de janeiro, e temos algum tempo de verão e calor pela frente. Praias lotadas, piscinas compartilhadas, alegria, sorrisos e… perigo para os olhos!
Sim, infelizmente a época do ano preferida da maior parte dos brasileiros traz consigo diversas doenças oculares. Neste texto, vamos tentar falar um pouquinho de cada uma, os sintomas e os principais tratamentos.
Lembre-se de que o foco é apenas disseminar informação, e que se você tiver qualquer um dos sintomas citados aqui, deve procurar um médico imediatamente. Pesquisa recente do Instituto de Ciência Tecnologia e Qualidade (ICTQ) mostra que 72% dos brasileiros praticam a automedicação. Além disso, 40% das pessoas fazem o próprio diagnóstico pela internet. Isso é extremamente preocupante, uma vez que há diversas variáveis que podem influenciar em um tratamento, e a medicação incorreta pode até agravar o problema ou criar um novo.
Posto isso, vamos conhecer quais são as principais doenças oculares do verão.
A conjuntivite é a grande campeã
Uma das doenças oculares de verão mais comuns, a conjuntivite é, a grosso modo, uma inflamação/infecção no olho, em uma parte chamada conjuntiva. É uma doença de fácil diagnóstico e tratamento relativamente simples também. Porém, é extremamente contagiosa e pode causar sérios danos se não for tratada adequadamente.
Nesta época do ano, verão, férias e feriados, há aglomeração de pessoas, facilitando sua transmissão e aumento do numero de casos.
Existem basicamente três grandes tipos de conjuntivite: viral, bacteriana e alérgica. Somente o terceiro caso não é transmitido de pessoa para pessoa, e os sintomas são muito parecidos em todos os casos:
- Coceira
- Secreção Intensa
- Olhos Vermelhos
- Aumento da sensibilidade à luz
- Lacrimejamento
- Inchaço nas pálpebras
Há algumas variações das características de um tipo para o outro de conjuntivite, mas é razoavelmente fácil de reconhecer qual é qual.
O problema desta doença é que muitas pessoas apelam para soluções caseiras, como soro fisiológico, gelo e colírios quaisquer e não buscam ajuda profissional. Identificar o tipo de conjuntivite é fundamental para receitar o tratamento correto. E para aqueles que têm medo de faltar no trabalho e perder o emprego, um aviso: o repouso é fundamental para a recuperação e evitar que a doença se espalhe. O que você prefere: faltar alguns dias ou deixar todos do seu escritório doentes? Agora pense no administrador do seu trabalho… Ele prefere que você não vá também!!!
Por isso, é uma grande irresponsabilidade andar por aí sabendo que está com conjuntivite, então se essa doença ocular do verão (ela ataca o ano inteiro, mas com maior incidência nesta época) surgir, faça o tratamento correto.
Como evitar a conjuntivite
Não existe uma fórmula que garanta 100% de imunidade à conjuntivite. Por ser uma doença transmissível pelo ar, somente de estar no mesmo ambiente de alguém contaminado pode ser o suficiente para contaminar a você também.
Entretanto, algumas medidas podem e devem ser tomadas, em especial em tempos de calor.
- Lave as mãos com frequência, e use álcool em gel para mantê-las limpas.
- Não coce os olhos, por mais que possa ser “gostoso”. Escrevemos aqui um texto sobre a coceira nos olhos.
- Quando possível, mantenha-se longe de locais com aglomerações. Quanto mais pessoas houver ao seu redor, maior a chance de alguém passar conjuntivite para você.
- Nunca compartilhe objetos de limpeza como toalhas e fronhas.
- Também evite o compartilhamento de colírios e produtos de maquiagem
- Mantenha os olhos hidratados. Consulte seu oftalmologista para conhecer os melhores produtos nessa área.
Um outro fator pouco divulgado que é capaz de causar conjuntivite é o tóxico ou reacional, pelo contato com o filtro solar. Como nesta época do ano as pessoas costumam usar (com razão) bastante protetor, é comum que um pouco entre nos olhos, causando a inflamação. Por isso, cuidado na hora de aplicar com a região próxima aos olhos, e use sempre boné e óculos de sol com lentes certificadas.
Pterígio
Outras doenças oculares de verão não são tão conhecidas, mas atingem a um grande número de pessoas. É o caso do Pterígio. Essa doença pode surgir por questões genéticas ou grande tempo de exposição ao sol. É necessário que a pessoa esteja sempre protegida, e evite longos períodos expostos diretamente ao sol, em especial nos horários em que ele é mais forte (entre 10h e 16h).
Aqui vale uma ressalva, essa exposição solar deve ser relativamente longa, pois leva alguns anos para o pterígio se formar. Mas como é um tipo de degeneração solar, nesta época do ano, em que a irradiação solar é mais forte, o cuidado deve ser redobrado com muita proteção ocular.
A catarata é uma doença ocular de verão?
Não, ela atinge as pessoas durante todo o ano, porém pode surgir precocemente para quem fica muito tempo exposto ao sol. Portanto, os mesmos cuidados acima para evitar o Pterígio também devem ser tomados em relação à catarata.
Ceratite
Talvez seja uma das doenças oculares de verão que mais incide sobre as pessoas depois da conjuntivite. Ocorre principalmente por causa dos raios UVA e UVB solares, como se fosse uma queimadura na pele sem protetor solar, mas na superfície dos olhos. A sintomatologia é muito parecida com a conjuntivite, mas a aqui a dor é um fator predominante e tem um agravante: o contato com água contaminada.
Como no verão o uso de piscinas e do mar é muito maior, a chance de você ser infectado também aumenta. Se você sentir sintomas como sensibilidade à luz, visão borrada, “sangue nas vistas”, lacrimejamento e dor, pode estar com Ceratite.
Mais uma vez, observe que os sintomas são muito próximos da conjuntivite, o que reforça a necessidade de procurar um médico em caso de qualquer sintomatologia para o tratamento correto.
Alergias oculares
Assim como dissemos acima, em tempos de verão é comum entrarmos em contato com substâncias estranhas, como protetor ou filtro solar, por exemplo ou mesmo estar em ambientes diferentes dos de sua casa. Isso faz com que aumente a chance de desenvolvermos algum tipo de alergia ou irritação ocular.
Outros elementos que podem causar doenças oculares de verão são: mofo, cloro (comum nas piscinas), água salgada (no mar), pólen, poeira, pelos de animais e maquiagem.
Fiquem atentos a qualquer sintoma estranho e persistente.
A lista que colocamos acima, conforme avisamos, é apenas uma pequena amostra das doenças mais comuns, com os sinais e sintomas mais comuns. Porém, diversas outras anormalidades podem surgir, e é fundamental que você tenha um canal de comunicação aberto com seu oftalmologista.
Recomendamos que você visite seu médico a cada 6 meses, e tenha fácil acesso a ele, para situações emergenciais. Na Oftalmologia Rangel & Associados, temos contato com clientes por telefone e WhatsApp, para poder estreitar este relacionamento. Não fazemos nenhum tipo de diagnóstico por foto, isto pelo fato de aumentar muito a chance de erros de diagnóstico e também porque o Conselho Federal de Medicina proíbe, mas tiramos dúvidas sobre tratamentos em andamento e também fazemos agendamentos de consultas, exames e cirurgias.
Pratique a melhor medicina que existe – a preventiva! Mude seu comportamento de forma que consiga evitar a maior parte das doenças, e compartilhe este texto para que possamos disseminar a informação.
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